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Mostrando postagens de julho, 2020

duas palavras

Duas palavras morde amor insensato santo belo branco porque suas? Força gerada! Quer abraços? Tenho muitos! Sua quente ouvidos meus doce gemido te enlouquece movimento junto louco de ti quero mais morda-me amor quem disse? Força reação Quando acaba! Seco chileno Viajero Merlot perdeu tanto pra ti deixado sozinho de lado na mesa gosto melhor provou-me melhor Morda-me amor te queria pra sempre como podes? Conheceste minh'alma agora pede-me Ah Merlot te tenho na língua gosto competindo ora não ora sim muda sempre morda-me amor encharcado quente pensamento agora fica comigo vem misturar tuas tintas comigo moreno pinto gosto desenho cheiro insano querer traceja corpo tua tela te mordo medida certa quero mais

Quebrado, garapuvu?

Então te quebraste, garapuvu? Não viraste canoa, nem remo, nem gamela, nem prato? O vento te quebrou e agora tu nada és! Ainda belo e robusto, o sol te beija e tu és grosso e forte! Não te deixas abater e teus rebentos ainda insistem em conhecer a luz do dia. Poderias ter sido provado, poderias ter sido podado. Mas o vento pra ti foi instrumento sem precisão, deixando aparente, tuas farpas e teus galhos quebrados, pendurados ou caídos pelo chão. Garapuvu procuro tua rima, teu ânimo e tua força! És belo pra nós! És fonte de vida e navegaste em forma de barcos, bateiras e canoas. Ancestral e preferido dos indígenas, preferido meu! Te amo belo garapuvu! E agora me compadeço de tuas secas veias! Tuas rachaduras! Ah! O ciclone fez isso contigo! Tão belo e ainda, os parasitas insistentemente povoam tuas forquilhas sugando tua seiva e a pouca vida que há em ti. Como eu de muitas faces, também tu garapuvu Sendo estrela também Estela és tu também bacuruvu, Faveira pra

Homem do céu

Um ser tempestuoso e contido. Paixão que acelera plana ou circular, inclina-se e desprende-se caindo aos rodopios. Conhecendo o sentido dos ventos que diferem-se em cada hemisfério. Ares seduzem ases. Menos densos elevam-se, mais densos rebaixam-se. Toma para si o controle. A segunda chance ao alcance das mãos. Pode ser presente o tempo todo! A chance de deixar viver e voar. O amor é como uma semente. Sementes viajam no ventre dos pássaros. Fertilizam terras distantes e ilhas. Podem brotar, capturadas, semeadas por negros olhos. Contemplo, tão belos. Obra única, nau deriva e me cativa. Ventos que te trazem e te levam... Os traços da nau revelam muito mais. E porque não desenhaste asas? Sabias que amo naus? Tempestade? Meu barômetro sucumbiu. Sem pressão alguma bela sedução. Um par de olhos negros, profundos! Um voo transitório. Consumada força. Me esvai. Nada indefeso, tu. Pura coragem nos céus. Me fascina. Tremo ao entesar. Nada seguro, homem do céu!

Nébula

Belo meu, agora tenho. Segredo que apagado espera Crime, que te amar promete Doce, que provar derrete Sonho, que transpiro e vem o ar como aquilo que respiro fazer de nós artefato suspenso nós céus das bocas na superfície dos corpos nas entradas das galáxias que aqui ardentes eclodem Me deixa explodir Me expando Me espalho Tu encontras minh'alma Me absorves Quero mais Nada mais se torna comum Essas misturas! Não é uma cor apenas E não apenas uma forma Não apenas um corpo Agora é a mistura A explosão Se estende com pingos e gotas ao redor de si Absorve o abstrato O imediato A pressa ofegante Colorindo com tudo o que sente Dando forma louca Infame Tua alma santa de porfia Casta sua arte Quero mais Mas o tinto roubou-me as frases

Ciclone bomba

Quando o céu, na escassez de azul termina em branco junto ao horizonte e ainda não chegou completo o entardecer, as espalhadas lisas nuvens se esticam, como se o pincel puxasse tudo. Procuro com meus olhos mais além! Viajo no céu de ninguém! Encontro tons que me encantam. Um dourado gritante, quase palpável. Quero pra mim essa cor, esse tom de céu. Céu de inverno Ribeirão! Que feitiço tens pra mim? Até as acinzentadas depois do ciclone me acariciam. Mas a fúria do vento não me deixou apreciar as estrelas. Eu as vi, inocentes! Me cuidavam. E de medo me encolhia em minha tenda. Cruel, arrebatou todo o conforto. Levou consigo o que queria e deixou devastidão. Meu céu de Ribeirão! Senti saudades de ti! Temia a raiva do vento que cuspia com deboche, todo seu poder. Nada mais na madrugada, a não ser a raiva dele batendo e quebrando e para ele não há caminho algum pois, simplesmente passa. E passou por nós!