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Mostrando postagens de fevereiro, 2021

Janelas

  Mas e a dor? A dor pensante se resolve com dor falante? Mastigar e remoer a dor traz uma má digestão de mágoas? Mas e a dor? A dor de odiar é acreditar não ter outra opção? Com o quê se parece o ódio? Ele se parece com um palanque enferrujado e podre? Corroendo-se enquanto se confia nele, acreditando que nos dá algum suporte... Mas e a dor? A dor de compactar? Compactar palavras não ditas, que lutam dentro da cabeça? Tudo parece querer explodir? Então? Mas e a dor? A dor precisa de janelas! Janelas dos olhos que procurem ver as belezas em toda parte! Janelas dos ouvidos que procurem o silencio mais do que os sons! Janelas dos narizes que procurem o perfume de cada flor! Janelas das bocas incansáveis a procura de melhores palavras para cada dia! Abra suas janelas!

Palavras

  exatas e exaustas sopram e sugam vazam e vagam saciam e maquiam tampam e sangram soam e voam apertam e despertam libertam e consertam desejam e despejam estalam e embalam espremem e deprimem claras e raras reles e peles ditos e ritos mitos e fitos jorram e forram breves e leves saltam e faltam enchem e mentem sentem e prendem vacilam e destilam alcançam e balançam costumam e perfumam curam e furam saturam e duram flutuam e acabam