Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2019
                                                                      Senha 001 Passei tanto tempo me colocando no lugar do outro... Quando virei pra mim, meu próprio lugar estava abandonado. Dá muito trabalho encontrar-se e muito a ser feito interiormente. Estranho é parecer intensamente egoísta ao não dispor-se aos outros com tanta frequência.  Entregar a senha que é minha e deixar que outro seja atendido em meu lugar é altruísmo, mas em algum momento precisamos dar o nosso próprio passo, cuidar-se também é um movimento de amor essencial. Em algum momento preciso dar-me a senha 001. Pelo menos por enquanto. Estou disposta a parecer bem egoísta aos olhos de quem apenas se sentiu favorecido ´ com minha servidão aparentemente incansável mas que se cansou. Na verdade ficou exausta e sugada. A essência divina que habita em mim não altera nenhuma das minhas matrizes de identidade. Eu as assumo hoje e as vivo agora. Perfeito para mim é o enfrentamento e no espelho da mi
                     A frase do Marlboro Os dois sentados no pier vendo o sol nascer era cena de filme. - Foi massa a festa né? - Ninguém mais chama de festa Theobaldo, é rolê! - Puts, só lamento, não to nem aí, pra mim festa é festa e vai ser sempre festa. -Foi massa sim! E falando da festa... É bom voltar o relógio algumas horas só pra entender a cena de filme desses que começa pelo final. Ela apareceu no pub com a Clarice bocuda depois da uma. Se enturmou rapidinho depois de um chopp de meio litro. O pessoal tava animado porque a banda tava recebendo um velho amigo, um tal de Théo que tinha chegado da Itália. A Clarice bocuda ficava enchendo o saco pra saber se o cara era bonito. Mas de longe e de costas não parecia bonito não. Pelo que dava pra ver de longe(um pouco) era careca e até um pouquinho(de leve) corcunda. -Clarice não torra eu não conheço o cara, vai lá! -Eu não! É tudo que conhece todo mundo da banda. -Ele é gringo? -Não!Só tem família na Itália, m
                                                                          Saudade E no ateliê do artista, a mesa ficou pequena  para tantas e tantas coisas que amontoava ao seu redor enquanto criava. Para tudo dava a sua arte e seus olhos encontravam arte em tudo. Os sapatos velhos que encontrou na estrada tinham arte neles, mas por estarem desatentos, muitos passaram e não perceberam a arte ali. As coisas quebradas e muitos pedacinhos de tudo que não se usava mais, reuniram-se numa bela composição eclética e harmoniosa. Difícil explicar como pensa o artista e fácil de entender porque prefere cercar-se de tudo que gosta. Pensativo, o artista sonha com tantas coisas  e vive em planos diários que fazem elevar sua esperança. Busca sua alegria diariamente criando  e as palavras quando começam a se acumular por alguns dias sem escrita, gritam naquela alma esperando a liberdade exterior. A escrita compadece de forma espetacular. É uma arte que pode ter toda
 Torta de pensamentos O tempo trouxe um presente Um presente só de olhar Olhar na tela e sonhar Mas um delírio bom quer verdade em tudo Verdade totalmente sem roupa O delírio nem se deixa vestir Não suportaria ser despido E a verdade não está com frio Como a arte se torna tão real depois que sai do pensamento? É o artista! Ele é milagreiro! Nas conexões milimétricas que em frações de segundos pensa, traduz e cria, sente e expressa. A arte é a alma que vem pra fora! Então vem a razão e estraga tudo. Jogando pingue-pongue na cabeça do artista, o racional e a alma artística começam a filosofar: Ele gosta da foto, ela gosta da tinta Ele gosta do voo, ela gosta das penas Ele gosta da música, ela gosta do som Ele gosta da moto, ela do cheiro atrás do pescoço Ele gosta da maple, ela gosta das folhas Ele atua e sente, ela sente e escreve Ele encanta, ela canta também Ele experimenta, ela espia primeiro Ele pensa muito, ela pergunta Eles não se conhecem Ela conta os
RAIO DE SOL Tu te esqueces da chuva e dos trovões Mas as vezes quando marcam momentos de dor Onde se perde alguma vida Tu confundes lembranças com dores. Guardando as duas juntas, são gatilhos constantes. Sentindo as memórias quentes como raios, Tua solidão, teu abandono e sofrimento físico, te tomam sem que tu percebas, é como a chuva fina sem vento. Tantas faíscas na tua mente e eu consigo ver teus relâmpagos. O menear da cabeça quer apagar, mas é tarde eu já vi. O teu cenário facial muda muito rápido e o assunto é sempre o mesmo. O vento arrasta algum novo movimento e ativamente tu ocupas um sentir com outro. Devaneios e invenções que te aliviam a dor. Mas as tempestades passam. Um novo dia de sol refresca como água de rio. Negando a esquizofrenia e esquecendo de tudo que queira te fazer lembrar. Tu esperas pra sentir de novo tanto quanto o primeiro raio de sol. Podes pensar nele alcançando todo espaço e vida da terra, bro