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Mostrando postagens de maio, 2020

JARDIM DE MEMÓRIAS

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O canto, ela trazia sempre quando voltava da missa. Voltava leve e contava o que o padre tinha ensinado. Muita fé, ela mostrava em suas palavras e até exagero. Thundercats, era esperado na tv e no pedestal das memórias está o almoço de domingo da D. Zoê. Cantava descascando as batatas, enquanto a galinha ensopada já soltava aroma e o chiado da panela competia com o regougo das barrigas famintas. Água fervente pro talharim, (preferido do pai) e ela aproveitava a passada de alguém pela cozinha e pedia pra buscar uns ramos de salsa e cebolinha no canteiro. Canteiros de temperos verdes, horta, especialidade do Seu Leomar. A janela basculante deixava toda luz dominical espalhada em meio aos vapores das panelas. A memória é fascinante, sempre digo isso. Temos o poder de saborear os bons momentos vividos quantas vezes quisermos. Acionamos o banco de dados disponível e compartilhamos. Na troca com os pares que viveram conosco, percebemos que cada um constrói suas caixas espe
Belas amarelas! Um anzol chamado arrependimento que muda o meu pensamento e minha percepção. Mas, apenas o desejo de pegar de volta o que joguei fora, é como tentar colar pedaços que não encaixam mais. Observo admirada, muitos processos. Odeio conselhos, mas ouço. Jogo coisas fora tão rápido quanto acumulo. É frustrante e inconstante pois, reconheço meus exageros leoninos. Me vejo em absoluta coragem quando jogo fora. Apago, descarto, elimino, bloqueio. A força da decisão me ergue e imponente me convenço de que nunca mais voltarei a acumular. Convenço-me de quão sensata e empoderada fui. E busco o que obviamente encherá a lixeira em tempo indeterminado. E se não busco, o sentimento de inquietação me lembra todo o descarte. Arrependimento parcial, é anzol pronto para pescar de volta. Onde foi que joguei? Quero novamente, onde está? Olho para a janela e acima da mesa de vidro estão elas. As flores que colhi, belas e amarelas. Examino o tom de hoje e comparo com o to