Torta de pensamentos


O tempo trouxe um presente
Um presente só de olhar
Olhar na tela e sonhar
Mas um delírio bom quer verdade em tudo
Verdade totalmente sem roupa
O delírio nem se deixa vestir
Não suportaria ser despido
E a verdade não está com frio
Como a arte se torna tão real depois que sai do pensamento?
É o artista! Ele é milagreiro!
Nas conexões milimétricas que em frações de segundos pensa,
traduz e cria, sente e expressa.
A arte é a alma que vem pra fora!
Então vem a razão e estraga tudo.
Jogando pingue-pongue na cabeça do artista,
o racional e a alma artística começam a filosofar:
Ele gosta da foto, ela gosta da tinta
Ele gosta do voo, ela gosta das penas
Ele gosta da música, ela gosta do som
Ele gosta da moto, ela do cheiro atrás do pescoço
Ele gosta da maple, ela gosta das folhas
Ele atua e sente, ela sente e escreve
Ele encanta, ela canta também
Ele experimenta, ela espia primeiro
Ele pensa muito, ela pergunta
Eles não se conhecem
Ela conta os dias
Ele não sabe que ela existe
Ela decora os traços dele
Ele se multiplica no tempo
Ela quer esconder seus sinais
São como fatias de uma torta de cores e sabores diferentes.
Um dia eles trocarão olhares e saberão suas verdades,
ou se o coração estava mentindo mais uma vez.
E se a verdade começar a tremer de frio?
E se o sabor todo misturado de cores tirar a roupa e enlouquecer?
É melhor pintar esse quadro logo de uma vez!
Ou enganar todo mundo e fingir que é apenas um momento criativo e logo vai passar.

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