MINHA BUNDA

 Acabei me convencendo de que...

Não, não.

Não estou totalmente convencida, que pena!

Mas não importa!

Estava prestes a deitar no sol com um biquíni minúsculo,

para bronzear minha bunda e sucumbi.

Fui procurar meu caderno para escrever e...

Sabe o que aconteceu?

 Meus amigos, encontrei anotações não publicadas.

Passei algum tempo tentando lembrar do contexto vivido

que me fez escrever essas coisas.

Não sei!

Mas confiando em minha inteligência mediana e fingida,

acho que vou meter goela abaixo de quem quiser ler.

No demais, os não apreciadores,

nem se dão ao trabalho de me xingar quando não gostam.

O que me leva a crer que realmente escrevo para mim mesma,

servindo-me do meu banquete ou de meu pão bolorento.

Eis o texto:

A informação teria por obrigação literal, 

informar com imparcialidade.

Esclarecendo que quando falo de informação,

penso em "notícia".

Mas penso que a informação se submete ao informador que,

por mais imparcial que seja, intimamente, anonimamente,

pincela um lado com a nuance da "opinião".

Logo, considero como tendenciosa toda informação

que obedece crenças pessoais e opiniões.

Essa é a minha opinião totalmente imparcial!

(sorriso sem graça)

Não sendo nenhuma cátedra, mas, me esforçando,

observo a olho nu, que de modo algum haverá unanimidade,

sobre alguma ideologia que se proponha a dominar.

Podemos talvez contemplar alguma unanimidade,

no arrefecimento da consciência humana?

Ou seguimos para modelos e cópias vigentes!

Imitações para o próprio benefício,

com pitadas gordas de objetivos egoístas

e cobertura generosa de falsa modéstia.

Enfim: todos somos juízes de caráter e fazemos isso o tempo todo

e não ingenuamente.

Aferimos com nossas medidas, sabiamente ou inutilmente.

Mas tudo isso é mera opinião!

Adoro minha opinião como adoro minha bunda.