PEDACINHO DE TEMPO
Lá no fundo do quintal tava ele.
Encolhido com susto no olhar.
Ninguém sabia, então ele se espremia sem barulho
nem movimento, ao lado do montinho de telhas.
Escondido numa covinha no chão que não batia chuva.
Foi só esse canto que ele achou quando fugia.
Via de lá todo reboliço da casa, mas não era visto.
Viu o guri saindo às pressas mastigando e
na corrida entrava no carro do pai de manhã cedo.
E o tempo, agora quieto, pedia sono de novo.
Quando acordou, escutou o guri mais de perto.
Aquela falaçada diferente com roncos estranhos o assustava.
Levantou só a cabeça quando viu a mexida no monte de telhas.
Se não tivesse tão cansado e com tanta fome,
poderia até ensaiar um rosnado pra assustar aqueles dois.
Seria pedir demais?
Depois de se encontrar na própria casa fechada e sem ninguém!
Nem comida, nem água. E ele pensava que era amado!
Correu por tantos lugares
e foi tão assustador não ter um cuidador.
Mas encontrou aquele portão aberto de noite
e se enfiou naquela covinha seca e quente.
Aqueles roncos estranhos estavam ficando próximos
e voava grama pra todo lado.
O coração já tava feito um motorzinho quando escutou o guri gritar:
-Pára pai, desliga.
-Olha um cachorrinho! Veio de onde tadinho!
-Ele tá tremendo!
Foi um amor tão lindo naquela hora!
O guri com tanto cuidado pra pegar o bichinho.
O bichinho tremendo e se deixando cuidar.
E de tanto precisar de amor
já dava lambidinhas carinhosas no nariz do garoto.
O pai segurava uma cara esquisita,
sem querer mostrar que tava quase chorando.
O pai que amava o filho, que amou o cãozinho,
que amou o guri, que amava o pai,
que parou de cortar a grama pra sentar e
admirar aquele pedacinho de tempo.
Um desses pedacinhos de tempo
que fazem a vida ficar tão boa de vez em quando.
-Pai! Aqui pode ser a casa dele né?!!!
Lá no fundo do quintal tava ele.
Encolhido com susto no olhar.
Ninguém sabia, então ele se espremia sem barulho
nem movimento, ao lado do montinho de telhas.
Escondido numa covinha no chão que não batia chuva.
Foi só esse canto que ele achou quando fugia.
Via de lá todo reboliço da casa, mas não era visto.
Viu o guri saindo às pressas mastigando e
na corrida entrava no carro do pai de manhã cedo.
E o tempo, agora quieto, pedia sono de novo.
Quando acordou, escutou o guri mais de perto.
Aquela falaçada diferente com roncos estranhos o assustava.
Levantou só a cabeça quando viu a mexida no monte de telhas.
Se não tivesse tão cansado e com tanta fome,
poderia até ensaiar um rosnado pra assustar aqueles dois.
Seria pedir demais?
Depois de se encontrar na própria casa fechada e sem ninguém!
Nem comida, nem água. E ele pensava que era amado!
Correu por tantos lugares
e foi tão assustador não ter um cuidador.
Mas encontrou aquele portão aberto de noite
e se enfiou naquela covinha seca e quente.
Aqueles roncos estranhos estavam ficando próximos
e voava grama pra todo lado.
O coração já tava feito um motorzinho quando escutou o guri gritar:
-Pára pai, desliga.
-Olha um cachorrinho! Veio de onde tadinho!
-Ele tá tremendo!
Foi um amor tão lindo naquela hora!
O guri com tanto cuidado pra pegar o bichinho.
O bichinho tremendo e se deixando cuidar.
E de tanto precisar de amor
já dava lambidinhas carinhosas no nariz do garoto.
O pai segurava uma cara esquisita,
sem querer mostrar que tava quase chorando.
O pai que amava o filho, que amou o cãozinho,
que amou o guri, que amava o pai,
que parou de cortar a grama pra sentar e
admirar aquele pedacinho de tempo.
Um desses pedacinhos de tempo
que fazem a vida ficar tão boa de vez em quando.
-Pai! Aqui pode ser a casa dele né?!!!
Meu Deus que coisa mais linda , assim não vale , vc me fez chorar kkkkkk.
ResponderExcluirÉ bom quando a gente se emociona com as coisas simples da vida e tão verdadeiras como o amor de um cachorrinho!!
ExcluirLindo Regina como o seu coração sempre cheio de amor❤
ResponderExcluirAgradeço por ler e comentar. Espero sempre contar com seu apoio!
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