Bolinho

O bambuzal morro acima, balançava forte.
Tão simples...
Não sei como ao olhar pra eles,
parece que falaram comigo.
Unânimes, balançavam sempre juntos,
sem a menor desavença.
Como famílias e amigos cantando diante das velas acesas do bolo.
Sincronizados, ocasionalmente deixando cair alguma palha,
que era a folha enfraquecida e amarelada,
por chegar ao fim e não mais concluir sua função
de praticar a fotossíntese.
Quando olhei as amarelas, uma aqui outra ali,
num instante lembrei da mãe.
Ela voltou a frequentar a escola depois dos filhos crescidos.
Aprendia coisas que a deixavam satisfeita,
falando com ar de doutora sobre seus novos conhecimentos.
Nem ligava para as risadinhas e piadinhas,
mas só por causa do amor que sentia pelos filhos.
-Esse bolinho tá uma delícia mãe!
-É a clorofila que faz as folhas serem verdes, clorofila,
bolinho de clorofila.
-Não é fotossíntese? Bolinho de fotossíntese?
E muitas risadas no almoço!
E uma bronquinha de leve só pra gente continuar rindo baixinho.
-Pára de confundir a tua mãe, mais que coisa!!
E a gente achava isso tudo bom demais pra dar nossas risadas.
Ai, ai!

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