Para Beethoven quando toca "Uma melodia de lágrimas"

Então minha alma insiste e por quê?
Faz brotar coisas que não quero.
Sendo melodia pura eu bebo bem devagar para sentir bem o gosto.
Mas fica salgada com o cair de duas ou três lágrimas.
O amargo de ânsia é quando não perdoo e não vejo o fim da taça.
E produz.
Escuro.
E cor demais, ás vezes.
Eu fujo.
Na fuga da caminhada eu derramaria bastante
no gotejar lento dos meus poros.
Caminho ou corro, vagar ou não.
Me livro parcialmente sempre.
Quando vejo está de volta e me prende.
Como roupa molhada me gruda e sinto meu cheiro.
Não desgruda de mim, não perdoo.
Quem dera eu, me erguendo numa dobra de tempo
conseguisse, por alguns segundos, te ver.
Saber o segundo que de ti saiu esse som tão belo.
Absurdo da primeira nota, que velocidade me toca, tão profundo...
Nem consigo eu juro...
Com tua música sempre choro.
Meu choro traz o que não quero de mim
e o que mais desejo em mim.
Não perdoo te amar de tão longe...
Atrás de tudo que preciso,
sinto todos os sons,
sinto todas as cores.
Sinto que preciso!
Como podes?
Sem me conhecer me devastar.
Sei que vou sentir mais.
Preciso.
Insisto em saborear todos esses sons que misturou
e me serviu numa taça que depois de tantas
palavras que escrevi ficaram doces.
Minha mente vai no passado ao teu lado.
Surpresa pra você que te amo tanto?
Mas só depois que você compôr.
Não da tua alma, pode ser só de mente,
mas quero saber se amas alguém quando tocas...




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