Armário podre
-O que vai acontecer com o armário velho no fundo da garagem?
-Não sei, teu pai quer deixar tudo limpo!
Tem que guardar a mudança do teu tio na garagem por enquanto,
só até ele se ajeitar.
Os dois se olharam com o disfarce mais fajuto que tinha.
Era uma cara de: "não tá acontecendo nada não".
Mas a mãe logo pegou no ar a malandragem:
-Por que vocês querem saber daquele armário podre?
O que vocês tão aprontando dessa vez?
-Ah é é é´nada! Nadinha!
-A mãe olhou com cara de quem já conhecia o repertório dos dois
e franzia a testa batendo os dedos na mesa,
fazendo um barulhinho de pocotó.
Enquanto os dois, saindo de fininho resmungavam:
- O que a gente vai fazer?
-Não sei, eu te disse pra botar em outro lugar!
-Eu não sabia que o tio ia se mudar pra cá?
O dia seguiu e ninguém mexeu em nada na garagem até a folga do pai.
Mas era um tal de planejar que não tinha fim.
Um pensava no buraco grande do espinheiro.
Mas não, por causa do molhado que tinha dentro.
Outro pensava que embaixo do fogão atrás da lenha era melhor.
Mas não também, por causa do gato que sempre tava por ali,
procurando lagartixa.
O som esquisito que o vento fazia
soprando suave na janela igual filme de assustar,
nem botava medo naquela noite.
Ficaram os dois se torcendo no beliche,
conversando e achando melhor remédio
do que falar a verdade do acontecido pra mãe.
Então já era meio tarde e até foi estranho
que ninguém chamou pro café nem nada.
Mas acordaram com o ronco do caminhão da mudança e o grito do tio:
-Vem,vem,aí,aí,deu,pode parar!
Os dois se olharam com espanto e
saltaram da cama formando corrida pra garagem.
Quando viram tudo vazio e o tio botando a mudança lá dentro...
O jeito pejoso dos dois só piorava
com a cismada de canto de olho da mãe,
que só fazia aumentar o mistério.
Foi quando o tio deu risada:
-Anda Laura, diz pra eles que saiu voando!
A rolinha que tava no armário podre,
saiu voando!
A mãe cruzando os braços ainda segurava o riso dizendo;
-Sabia!
Nunca gostaram de polenta, nem sei como voou de tão gorda.
-O que vai acontecer com o armário velho no fundo da garagem?
-Não sei, teu pai quer deixar tudo limpo!
Tem que guardar a mudança do teu tio na garagem por enquanto,
só até ele se ajeitar.
Os dois se olharam com o disfarce mais fajuto que tinha.
Era uma cara de: "não tá acontecendo nada não".
Mas a mãe logo pegou no ar a malandragem:
-Por que vocês querem saber daquele armário podre?
O que vocês tão aprontando dessa vez?
-Ah é é é´nada! Nadinha!
-A mãe olhou com cara de quem já conhecia o repertório dos dois
e franzia a testa batendo os dedos na mesa,
fazendo um barulhinho de pocotó.
Enquanto os dois, saindo de fininho resmungavam:
- O que a gente vai fazer?
-Não sei, eu te disse pra botar em outro lugar!
-Eu não sabia que o tio ia se mudar pra cá?
O dia seguiu e ninguém mexeu em nada na garagem até a folga do pai.
Mas era um tal de planejar que não tinha fim.
Um pensava no buraco grande do espinheiro.
Mas não, por causa do molhado que tinha dentro.
Outro pensava que embaixo do fogão atrás da lenha era melhor.
Mas não também, por causa do gato que sempre tava por ali,
procurando lagartixa.
O som esquisito que o vento fazia
soprando suave na janela igual filme de assustar,
nem botava medo naquela noite.
Ficaram os dois se torcendo no beliche,
conversando e achando melhor remédio
do que falar a verdade do acontecido pra mãe.
Então já era meio tarde e até foi estranho
que ninguém chamou pro café nem nada.
Mas acordaram com o ronco do caminhão da mudança e o grito do tio:
-Vem,vem,aí,aí,deu,pode parar!
Os dois se olharam com espanto e
saltaram da cama formando corrida pra garagem.
Quando viram tudo vazio e o tio botando a mudança lá dentro...
O jeito pejoso dos dois só piorava
com a cismada de canto de olho da mãe,
que só fazia aumentar o mistério.
Foi quando o tio deu risada:
-Anda Laura, diz pra eles que saiu voando!
A rolinha que tava no armário podre,
saiu voando!
A mãe cruzando os braços ainda segurava o riso dizendo;
-Sabia!
Nunca gostaram de polenta, nem sei como voou de tão gorda.
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