ALAMEDA COMPLACENTE

ALAMEDA COMPLACENTE

Ela nem  lembrava quando acordou.
Seus olhos abriram mas sua mente ainda
bem devagar não atentava para nenhum foco
especial.
Quando escutou gemidos agudos sua mente voltou
na manhã do dia anterior...
Acordou bem disposta e apertava o rabo de cavalo
quando se olhava no espelho.
Arreganhou bem os dentes para aprovar a escovação.
Mãos firmes davam o laço no cordão do tênis
e respirou bem fundo quando fechou o portão.
Faltavam ruas desconhecidas, ora caminhava, ora corria.
Sua corridinha, quase uma marcha atlética...
Mas não importava não!
Ela tinha seu ritmo de admirar tudo mesmo.
Virava o rosto para o sol da manhãzinha.
Até o voo circular dos urubus lhe pareciam
dança...
Pensou até na "Sonata ao luar" para
deslizar uma melodia no céu
enquanto apreciava a evolução
das (de longe), belas aves em seu voo lauto.
Passadas contínuas fizeram das árvores à frente a cortina e
já não via a dança e nem o céu.
Mas aqueles raios de sol que atravessavam as brechas das árvores,
esticavam-se como dedos gigantes...
Sorria cada vez mais e o coração complacente chegou a valsar.
Virava de lado para disfarçar (dois passos) e do outro lado(mais dois).
Era a "Valsa das Flores" em sua mente e pulinhos
pra esquecer mesmo em que mundo estava.
Uma simples caminhada/marcha/corrida/dança/valsa e pulinhos.
No final da alameda, sem pares nem olhares, ela ouviu gemidos agudos.
Nem soube o que sentir, mas, o "silêncio" começou a tocar
e seus olhos se encheram de lágrimas.
Ela apertou os lábios! Chorou. Depois sorriu.
Saiu da alameda sem ritmo algum.
Seus olhos no enlace com panos enrolados como estava na caixa.
Nem sabia que era manhã de consentir tanto amor assim!
Ela nem se lembrava quando acordou.
Quando escutou gemidos agudos foi depressa...
Branco com um pouco de cor de caramelo e listrado!!
Ela adotou um gatinho.




 

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